Foto: Andrea Piacquadio
Por Ronaldo de Souza, jul/2020
Olá, se você ainda não leu, recomendo os artigos anteriores desta série sobre Finanças Pessoais. Temos abordado alguns assuntos que irão ajudar na reflexão sobre o que trataremos aqui e, com certeza, se complementam.
Vale frisar que em Finanças Pessoais não há mágica ou mesmo sorte, para a solução das questões que cada um de nós está vivendo neste momento. São situações diferentes para cada pessoa, no entanto os princípios se aplicam a todos, em diversos momentos de nossas vidas.
A base de tudo é o querer fazer diferente do que estamos acostumados, em especial, estarmos sensíveis para mudar, aprender, persistir e focar na solução e objetivos individuais.
Para começar, sugiro que reflita sobre o que te levou a ficar nesta situação.
Isto é fundamental para você entender e tomar todas as medidas necessárias, evitando ficar na mesma situação no futuro. Esta atitude também irá ajudar a sair mais rápido da situação em que se encontra.
Estes são alguns dos motivos que levam uma pessoa a se endividar:
• não ter planejamento e um fluxo de caixa para controle de despesas tanto das mensais quanto aquelas sazonais, que ocorrem algumas vezes por ano (IPVA, seguro de veículo, aniversários, datas comemorativas, férias, anuidades etc.);
• usar o crédito de maneira inadequada (cheque especial, cartão de crédito, crédito consignado, financiamentos e outros empréstimos);
• impulsividade ao consumir, ser susceptível aos apelos gerados pelas propagandas e ofertas sedutoras - comprar o que não precisa;
• fazer muitas compras a prazo, comprometer a renda com parcelas, bem como o fluxo de caixa;
• contar com a renda e gastar o que ainda não recebeu e talvez não vá receber;
• ter pouco ou quase nenhum conhecimento para lidar com o dinheiro.
Como é sabido, a falta de disciplina com nossas Finanças Pessoais faz com que muitos de nós tomemos decisões equivocadas. A seguir algumas sugestões de ações para agilizar a resolver os problemas com dívidas:
• Compartilhar a situação com os demais envolvidos
Caso você não seja só e tenha na sua casa outras pessoas que geram renda e despesas, a primeira atitude é reunir a família e deixar claro a situação atual. Todos precisam ter consciência e participar dos esforços para combater este mal.
• Relacione todas as dívidas
Anote todas as dívidas com bancos, cartões de crédito, cartões de lojas, financiamentos, empréstimos, enfim, não deixe de relacionar e se esforce para não esquecer nada.
• Pare de comprar com o cartão de crédito
Ao persistir nesta modalidade de pagamento, você estará apenas postergando o que deve ser pago agora, à vista e, desta forma, aumentando as dívidas que irão gerar mais transtornos para serem liquidadas no futuro.
• Suspenda toda compra que não seja de itens essenciais
A partir de agora, compre o estritamente necessário para a sobrevivência. Não compre nada que for supérfluo, certamente você consegue viver por um tempo com o que já tem. Pense sempre no consumo consciente.
A maior lição que irá ficar é que podemos viver com muito menos.
• Não faça novas dívidas
Não compre a prazo e parcelado. Não compre além do que permite o seu saldo bancário. Não aumente o valor que já gastou no cheque especial. O momento exige ações rápidas, práticas e efetivas.
• Faça o seu fluxo de caixa mensal
Você precisa saber exatamente quanto terá de renda líquida a cada mês a partir de agora, ou seja, quanto vai entrar na sua conta e estará disponível para o pagamento de despesas.
Anote cada despesa que pagar em dinheiro, o controle de qualquer despesa é fundamental.
Faça uma previsão das suas despesas mensais, não só aquelas que são fixas e recorrentes, mas todas” as que deverão ser pagas no mês corrente e nos próximos (isto é orçamento doméstico).
Assim que estas medidas forem tomadas e com conhecimento de toda a situação, é hora de começar a pagar as suas dívidas.
Agora que você já fez o seu controle e sabe o quanto vai sobrar no seu orçamento, a sugestão é:
• Faça um plano de pagamento das dívidas
Agora que você conhece o quanto vai sobrar no seu fluxo de caixa, programe-se para começar a pagar, priorizando sempre por aquelas com juros mais altos.
• Renegocie cada uma das dívidas
Entre em contato com os credores, mostre disposição de pagar a dívida e solicite um valor justo para a quitação.
Você poderá recorrer aos órgãos que apoiam renegociação como Serasa, SPC, Idec, Acordo Certo e Procon buscar orientação de como fazer e obter as melhores condições.
• Financie a fatura do cartão de crédito
Antes de decidir o parcelamento, avalie o impacto que esta atitude e compromisso irá causar sobre o seu orçamento mensal. Você não poderá comprometer parte da sua renda que precisa ser usada para outras finalidades.
A questão é que, caso você não consiga pagar as parcelas nas datas de vencimento, depois você terá que assumir um financiamento com juros altíssimos.
• Considere se desfazer do que não precisa
Ao longo dos anos nós acumulamos itens que compramos e que não são mais necessários para nós. Coloque para vender nos sites de desapego e faça uma renda extra para ajudar a pagar suas dívidas.
Você poderá perceber que já comprou itens que não eram tão imprescindíveis e isto também te ajude ajudará a refletir melhor antes de decidir a próxima compra.
• Reflita o que poderá ser reduzido ou eliminado
Talvez você pague algum tipo de mensalidade de algo que não utiliza. Mensalidades de clubes, assinaturas de sites da internet etc.
Você realmente precisa e está utilizando todos os serviços que está pagando?
Entre em contato com o provedor de serviços e negocie para reduzir o valor ou mesmo cancelar o serviço.
• Avalie o que poderá ser otimizado
Se você tem a possibilidade de se deslocar menos, busque compartilhar o seu transporte ou mesmo utilizar aplicativos de transporte ou carona para ir ao trabalho ou outras necessidades.
Pesquise na internet quais os serviços atendem a sua cidade, pois tem opções diferentes, mas com certeza irá se surpreender. Há também aplicativos para comparar preços entre eles.
Assim, a redução do gasto com combustível, manutenção e outros, vai ajudar muito.
• Busque uma renda extra
Busque uma oportunidade de fazer uma atividade que traga um rendimento adicional.
A internet proporciona várias alternativas e neste momento de pandemia, muitas pessoas conseguiram sobreviver graças a alternativas e complementos de ganhos.
Isto será muito importante neste momento e poderá se tornar algo definitivo para você, agregando renda adicional ao seu orçamento e viabilizando a quitação mais rápida das dívidas.
É importante destacar que as sugestões acima são boas práticas e se aplicam a qualquer tempo, pois a crise acontece em diferentes momentos para cada pessoa, mas não esgota o assunto.
Não deixe para depois, tome a inciativa e encare o controle de suas finanças o quanto antes.
Aprimore o que já estiver fazendo, pois o movimento precisa ser contínuo.
Se julgar que precisa da ajuda de profissionais da área, busque o quanto antes!
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Finanças Pessoais
Educação Financeira
Finanças para Coaches
Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar
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Consciência Financeira
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