logo-blick-FP.png

Como lidar com as dívidas pessoais?

 

Por Ronaldo de Souza, jul/2020

 

 

Olá, se você ainda não leu, recomendo os artigos anteriores desta série sobre Finanças Pessoais. Temos abordado alguns assuntos que irão ajudar na reflexão sobre o que trataremos aqui e, com certeza, se complementam.


Vale frisar que em Finanças Pessoais não há mágica ou mesmo sorte, para a solução das questões que cada um de nós está vivendo neste momento. São situações diferentes para cada pessoa, no entanto os princípios se aplicam a todos, em diversos momentos de nossas vidas.

 

A base de tudo é o querer fazer diferente do que estamos acostumados, em especial, estarmos sensíveis para mudar, aprender, persistir e focar na solução e objetivos individuais.

 

Para começar, sugiro que reflita sobre o que te levou a ficar nesta situação.

 

Isto é fundamental para você entender e tomar todas as medidas necessárias, evitando ficar na mesma situação no futuro. Esta atitude também irá ajudar a sair mais rápido da situação em que se encontra.

 

Estes são alguns dos motivos que levam uma pessoa a se endividar:

 

• não ter planejamento e um fluxo de caixa para controle de despesas tanto das mensais quanto aquelas sazonais, que ocorrem algumas vezes por ano (IPVA, seguro de veículo, aniversários, datas comemorativas, férias, anuidades etc.);

• usar o crédito de maneira inadequada (cheque especial, cartão de crédito, crédito consignado, financiamentos e outros empréstimos);

• impulsividade ao consumir, ser susceptível aos apelos gerados pelas propagandas e ofertas sedutoras - comprar o que não precisa;

• fazer muitas compras a prazo, comprometer a renda com parcelas, bem como o fluxo de caixa;

• contar com a renda e gastar o que ainda não recebeu e talvez não vá receber;

• ter pouco ou quase nenhum conhecimento para lidar com o dinheiro.

 

Como é sabido, a falta de disciplina com nossas Finanças Pessoais faz com que muitos de nós tomemos decisões equivocadas. A seguir algumas sugestões de ações para agilizar a resolver os problemas com dívidas:

 

• Compartilhar a situação com os demais envolvidos

Caso você não seja só e tenha na sua casa outras pessoas que geram renda e despesas, a primeira atitude é reunir a família e deixar claro a situação atual. Todos precisam ter consciência e participar dos esforços para combater este mal.

 

• Relacione todas as dívidas

Anote todas as dívidas com bancos, cartões de crédito, cartões de lojas, financiamentos, empréstimos, enfim, não deixe de relacionar e se esforce para não esquecer nada.

 

• Pare de comprar com o cartão de crédito

Ao persistir nesta modalidade de pagamento, você estará apenas postergando o que deve ser pago agora, à vista e, desta forma, aumentando as dívidas que irão gerar mais transtornos para serem liquidadas no futuro.

 

• Suspenda toda compra que não seja de itens essenciais

A partir de agora, compre o estritamente necessário para a sobrevivência. Não compre nada que for supérfluo, certamente você consegue viver por um tempo com o que já tem. Pense sempre no consumo consciente.

A maior lição que irá ficar é que podemos viver com muito menos.

 

• Não faça novas dívidas

Não compre a prazo e parcelado. Não compre além do que permite o seu saldo bancário. Não aumente o valor que já gastou no cheque especial. O momento exige ações rápidas, práticas e efetivas.

 

• Faça o seu fluxo de caixa mensal

Você precisa saber exatamente quanto terá de renda líquida a cada mês a partir de agora, ou seja, quanto vai entrar na sua conta e estará disponível para o pagamento de despesas.

Anote cada despesa que pagar em dinheiro, o controle de qualquer despesa é fundamental.

Faça uma previsão das suas despesas mensais, não só aquelas que são fixas e recorrentes, mas todas” as que deverão ser pagas no mês corrente e nos próximos (isto é orçamento doméstico).

 

Assim que estas medidas forem tomadas e com conhecimento de toda a situação, é hora de começar a pagar as suas dívidas.

Agora que você já fez o seu controle e sabe o quanto vai sobrar no seu orçamento, a sugestão é:

 

• Faça um plano de pagamento das dívidas

Agora que você conhece o quanto vai sobrar no seu fluxo de caixa, programe-se para começar a pagar, priorizando sempre por aquelas com juros mais altos.

 

• Renegocie cada uma das dívidas

Entre em contato com os credores, mostre disposição de pagar a dívida e solicite um valor justo para a quitação.

Você poderá recorrer aos órgãos que apoiam renegociação como Serasa, SPC, Idec, Acordo Certo e Procon buscar orientação de como fazer e obter as melhores condições.

 

• Financie a fatura do cartão de crédito

Antes de decidir o parcelamento, avalie o impacto que esta atitude e compromisso irá causar sobre o seu orçamento mensal. Você não poderá comprometer parte da sua renda que precisa ser usada para outras finalidades.

A questão é que, caso você não consiga pagar as parcelas nas datas de vencimento, depois você terá que assumir um financiamento com juros altíssimos.

 

• Considere se desfazer do que não precisa

Ao longo dos anos nós acumulamos itens que compramos e que não são mais necessários para nós. Coloque para vender nos sites de desapego e faça uma renda extra para ajudar a pagar suas dívidas.

Você poderá perceber que já comprou itens que não eram tão imprescindíveis e isto também te ajude ajudará a refletir melhor antes de decidir a próxima compra.

 

• Reflita o que poderá ser reduzido ou eliminado

Talvez você pague algum tipo de mensalidade de algo que não utiliza. Mensalidades de clubes, assinaturas de sites da internet etc.

Você realmente precisa e está utilizando todos os serviços que está pagando?

Entre em contato com o provedor de serviços e negocie para reduzir o valor ou mesmo cancelar o serviço.

 

• Avalie o que poderá ser otimizado

Se você tem a possibilidade de se deslocar menos, busque compartilhar o seu transporte ou mesmo utilizar aplicativos de transporte ou carona para ir ao trabalho ou outras necessidades.
Pesquise na internet quais os serviços atendem a sua cidade, pois tem opções diferentes, mas com certeza irá se surpreender. Há também aplicativos para comparar preços entre eles.

Assim, a redução do gasto com combustível, manutenção e outros, vai ajudar muito.

 

• Busque uma renda extra

Busque uma oportunidade de fazer uma atividade que traga um rendimento adicional.
A internet proporciona várias alternativas e neste momento de pandemia, muitas pessoas conseguiram sobreviver graças a alternativas e complementos de ganhos.

Isto será muito importante neste momento e poderá se tornar algo definitivo para você, agregando renda adicional ao seu orçamento e viabilizando a quitação mais rápida das dívidas.

 

É importante destacar que as sugestões acima são boas práticas e se aplicam a qualquer tempo, pois a crise acontece em diferentes momentos para cada pessoa, mas não esgota o assunto.

Não deixe para depois, tome a inciativa e encare o controle de suas finanças o quanto antes.

Aprimore o que já estiver fazendo, pois o movimento precisa ser contínuo.

Se julgar que precisa da ajuda de profissionais da área, busque o quanto antes!

 

Palavras-chave:

Finanças Pessoais
Educa
ção Financeira

Finanças para Coaches
Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar
Planejador Financeiro Pessoal
Consci
ência Financeira
Transforma
ção de Vida